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sábado, 23 de outubro de 2010
O ‘gigante’ dos palcos caruaruenses
Aos 22 anos, o jovem ator Adeilson André é uma das maiores revelações do teatro caruaruense contemporâneo
Fernandino Neto
Era 2003 quando o estudante Adeilson André assistiu ao espetáculo ‘Samba nosso de cada dia', na Escola Professor Lisboa, onde estudava. O jovem sempre fora extrovertido, mas algumas limitações físicas, sobretudo a gagueira, o tornava reservado. A peça, montada pela atriz Maria Alves, chamou a atenção de Adeilson. Quando terminou a apresentação, Maria convidou os estudantes para participarem de um novo espetáculo no ano seguinte.
O teatro foi desafiador desde o início, para ele e para tantos. Todavia, Adeilson era detentor de qualidades essenciais aos vencedores. "Sempre fui muito insistente e acreditei em mim", cita. Ele não era um estudante exemplar, sequer tinha gosto pela leitura. Mas aceitou fazer uma oficina de teatro com Maria Alves, visando a montagem do musical "Buchichos", que marcou sua estreia nos palcos, em 2004. Em seguida, a Fundação de Cultura promoveu oficinas com diretores caruaruenses, entre eles Prazeres Barbosa, que logo percebeu o talento do ator iniciante.
Adeilson se define como alguém exagerado, que extrapola em tudo o que faz, embora sua aparência seja a de um garoto família, concentrado e que preserva os valores que a sociedade contemporânea vem esquecendo. "Prazeres me convidou para fazer ‘Os brincantes do boi estrelado' e ‘Juízo final'. Aceitei o convite e fui para a companhia dela. Muito mais que sexo e dinheiro, o homem busca reconhecimento e o teatro me disciplinou para a vida", destaca. Em seguida, o jovem ator fez alguns testes, comerciais e chegou a participar do espetáculo ‘Whisk pra Guiomar', dividindo a cena com Prazeres, porém sem nenhuma fala.
Logo que a Companhia Prazeres Barbosa chegou ao fim, ele começou a desenvolver alguns trabalhos em colégios de Caruaru. "Fui também querendo me posicionar na Cia. Olhares, que estava surgindo", explica. Adeilson não nega que seu gênero favorito é a comédia. A realização como ator veio com o Joca da peça ‘A botija', revela o artista, que conseguiu vencer a gagueira.
Apesar do pouco tempo de carreira, Adeilson participou de outros espetáculos e esquetes, como ‘Os quatro elementos', ‘Felicidade sem teto' e ‘Confissões'. Aliás, foi com ‘Felicidade sem teto', texto de Ednilson Leite, que Adeilson conquistou o primeiro prêmio de melhor ator no Festival de Esquetes de Caruaru. Atualmente, ele desenvolve um trabalho pioneiro na cidade, com teatro de animação. Em breve, vai estrear o espetáculo ‘Meu menino', apenas com bonecos.
Adeilson quer um lugar ao sol. Ele também é ousado e se prepara para realizar um de seus maiores sonhos. "Pedi demissão na empresa onde trabalho há um ano e dois meses. Quero viver só de teatro", conta o rapaz, boa índole, que recusou uma promoção no trabalho, mesmo sabendo que pode ter um retorno financeiro menor. Como arte-educador ele espera que as pessoas estão à frente da educação, em Caruaru, acreditem mais na cultura.
Corintiano fanático, Adeilson diz que acredita em Deus, mas não é adepto de nenhuma religião ou corrente política. O ator cita como referências Charles Chaplin, Murilo Benício e Prazeres Barbosa. Também admira Fernanda Montenegro, Lima Duarte e Tony Ramos. Para ele, o ator deve exercer um controle sobre o emocional e a técnica. Adeilson reconhece que hoje a juventude tem melhores condições para fazer teatro, mas a falta de vontade e o estrelismo são alguns dos fatores negativos. "Alguns acreditam que teatro é premiação, mas é uma busca eterna."
Muitos devem estar se perguntando quem é Adeilson. No meio teatral, ele é conhecido como ‘Gigante'. O nome é proposital e foi colocado pela atriz Sheila Tavares. O Gigante dos palcos caruaruenses tem 1,93m de altura e um talento proporcional a sua estatura. Ele quer deixar marcas, ser reconhecido, continuar apostando nos sonhos e em si. "Acredito que algum dia o teatro será religião", conclui.
FONTE: http://www.jornalvanguarda.com.br/v2/?pagina=noticias&id=7107
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